Ensaio Visual realizado no âmbito do Mestrado em Antropologia Visual, FCSH_2022
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rima da contestação
dia 16, em boticas, manifestação contra a mineração. foi lido estas rimas.
Concentração em lisboa: Quem não tem casa não tem culpa!
Hoje estivemos dezenas de pessoas no Ministerio da Habitação de Lisboa para gritar juntxs QUEM NÃO TEM CASA NÃO TEM CULPA!
Uma ação em colaboração com o coletivo Habitação Hoje que vai continuar no Porto no día 9 na Praça de D. João I às 17:30PM.
Vemos milhares de casas vazias em todos os bairros pelo país, casas cada vez mais degradadas, pelas quais o Estado nunca se interessou! Vemos famílias em sobrelotação, com filhos a dormir na cama dos pais e a usar salas como quartos, enquanto que a casa ao lado, e muitas outras nas cidades, estão vazias há décadas! Dizemos: Quem ocupa não tem culpa!
A notícia em Sapo e Observador.







casas para as pessoas não para start ups!
As casas ocupam-se com pessoas, não com ideias.
A Câmara Municipal de Lisboa lançou o desafio a jovens universitários com um “perfil tecnológico”, de dar uma nova vida às casas vazias espalhadas pela cidade. De acordo com a divulgação do evento Hackathome, “Lisboa tem mais de 48 000 casas vazias, que não estão a servir a sua função habitacional. Neste contexto, a Câmara, em colaboração com a Start up Lisboa, quer apelar ao conhecimento e dinamismo do ecossistema empreendedor para definir políticas públicas apoiadas na cocriação com os cidadãos.” Esta iniciativa, que está a decorrer no Hub Criativo do Beato (uma das áreas mais afetadas pelos processos de gentrificação e especulação imobiliária da cidade de Lisboa), pretende juntar equipas de jovens universitários, que durante o fim-de-semana de 28 e 29 de maio terão 24 horas para apresentar uma proposta “tecnológica”, “empreendedora” e “inovadora”, capaz de resolver a crise da habitação. O objetivo é “criar uma solução com base tecnológica que permita ligar a oferta e a procura de forma sustentável, reduzindo a burocracia do processo.” Estão previstos três prémios para as equipas vencedoras, num total de 10 000 euros.
Enquanto a CML aguarda que universitários, com o auxílio dos seus mentores resolvam, em 24 horas, durante o fim-de-semana e sem garantia de remuneração, a crise da habitação que tanto ajudou a promover, continuam os despejos sem alternativa de habitação. Estas “desocupações”, como o Estado gosta de chamar, vêm no seguimento de uma autêntica declaração de guerra aos mais vulneráveis, e não acontecem só em Lisboa, nos bairros Padre Cruz (em dezembro de 2021 e maio de 2022), Carlos Botelho (abril de 2022) e Quinta do Loureiro (maio de 2022), entre outros. Também no Porto e em Aveiro têm sido relatados recentemente casos de despejos de famílias com crianças, no Bairro do Bom Pastor, e na Quinta do Griné.
Ao fim de meses desta epidemia de despejos, que tende a continuar (a Gebalis, uma das empresas parceiras do Hackathome, prometeu “desocupar” 800 habitações em Lisboa), as soluções continuam pendentes (se é que existem). Nos últimos meses, como consequência das ações de despejo levadas a cabo pela CML e Gebalis, não só temos assistido a um aumento das casas municipais vazias, como um aumento do número de famílias em situação de sem-abrigo ou em precariedade habitacional. Porém, no comunicado oficial da CML a propósito do Hackathome e do problema das casas vazias, Filipa Roseta, vereadora da habitação, assume que “a colocação à disposição dos munícipes destas casas é uma missão urgente”, sem especificar quantas das 48 000 casas vazias são património municipal que tem sido deixado ao abandono (estima-se que ronde as 2000 casas).
Então se é urgente (tão urgente que é necessário organizar uma maratona), e se a câmara não encontra soluções para o problema do património vazio a curto-prazo, porque continua a despejar com violência policial? Quem são os “munícipes” aos quais Filipa Roseta quer dar resposta? Será a câmara a assumir que, na realidade, pretende aumentar o número de património municipal ao abandono, enquanto continua a beneficiar a especulação imobiliária e a criar propostas e programas habitacionais que excluem os mais vulneráveis?
Nos últimos anos os movimentos sociais ligados à habitação e direito à cidade têm apresentado soluções (de graça!) realmente sustentáveis e inclusivas, e que não requerem maratonas não-remuneradas, mentores da Microsoft nem conhecimentos de bitcoin. São alguns exemplos a expropriação de imóveis devolutos, o estabelecimento de um teto máximo de renda, adaptado aos rendimentos das pessoas, o fim dos despejos sem alternativa de habitação, o fim dos vistos gold ou o aumento da habitação pública em Portugal.
A crise da habitação dos últimos anos não é resultado da falta de criatividade ou espírito empreendedor, nem do excessivo envolvimento do Estado. Como temos vindo a constatar, quando o assunto é habitação, o Estado só se envolve quando se trata de despejar pessoas que dão realmente vida a algumas das 48 000 casas vazias, seja por não conseguirem pagar rendas no mercado de arrendamento privado, não cumprirem os critérios pouco claros que permitem aceder a uma habitação social, ou não poderem beneficiar dos programas de rendas acessíveis e afins, direcionados para a classe média. Quando se trata de garantir a igualdade no acesso a habitação digna e que todas as pessoas possam pagar, o Estado-empresa conta com a boa-vontade dos privados, que continuam a enriquecer com a crise da habitação. Note-se que as rendas voltaram a aumentar.
Eventos como o Hackathome pretendem passar a mensagem que, a verdadeira solução para resolver a crise da habitação passa por um envolvimento ainda menor do Estado no que toca à habitação, uma autonomia que só é possível através da tecnologia e inovação.
No entanto, há muito que o Estado deixou de estar ao serviço das pessoas, mas sim do capital. Se o objetivo último é a autonomia, porque é que temos vindo a assistir a um agravamento da violência policial e criminalização de quem ocupa? Se a “excessiva burocratização” é um problema, porque é que a CML continua a dificultar o processo de regularização, pedido pelas pessoas que ocupam casas municipais deixadas ao abandono? Numa cidade onde de tornou impossível habitar, o que são exatamente “ocupações ilegais”? Quem é que as soluções tecnológicas e o empreendedorismo estão realmente a servir?

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visitamos uma acção de manutenção da regeneração da Mata do Sobral, em Serpins, Lousã, Portugal
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a 17 de outubro de 2021 fizemos uma marcha pela água em odemira, portugal.
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conferencia regenerar as nossas serras 2021 , covilhã, portugal- promovido por #ecoativo #anandavalley