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[23-10-21] Queremos uma Vida Justa! @ Rossio

Queremos uma Vida Justa!

Rossio - Rossio, Lisboa (sábado, 21 outubro 15:00)
Queremos uma Vida Justa!

📢🪧 Queremos uma vida justa

Somos a maioria. Temos dificuldade em ter casa, vivemos em habitações sem condições, hoje o aluguer de um quarto custa o que se pagava por uma casa há dez anos; trabalhamos com salários que nunca aumentam e não chegam para os 30 dias do mês; os nossos bairros têm falta de transportes públicos, os grandes investimentos são feitos para linhas circulares para turistas, é suposto nós não termos direito à cidade, fora da hora de trabalho; os preços dos bens essenciais estão cada vez mais caros, há muito que não tínhamos dinheiro para férias, hoje não temos dinheiro para o leite; os governos não nos respeitam, a polícia trata-nos como se não fossemos pessoas: cercam os nossos bairros e agridem os jovens.

Os nossos problemas parecem invisíveis. Apesar de criarmos riqueza e trabalharmos todos os dias, haja pandemia ou não, a verdade é que aquilo que se vê nas televisões, aquilo que se preocupam os governos é com os banqueiros e «contas certas». São sempre contas para quem é rico nunca pensam em quem trabalha.

Vamos para a rua, no dia 21 de Outubro, para que percebam uma coisa: somos a maioria. E é tempo dos muitos fazerem ouvir a sua voz. A injustiça persiste também por causa do nosso silêncio. Vamos tomar a palavra e exigir que se façam políticas justas que promovam a igualdade: todos e todas temos direito a ter uma vida justa, merecemo-la todos os dias em que trabalhamos, e os jovens merecem ter um futuro melhor.

Basta de aumento de preços, queremos casa para viver, transportes para todos, aumento dos salários, contra a repressão policial nos bairros.

Manifestação, dia 21 de Outubro, 15 horas, do Rossio ao Parlamento.

Estamos juntos, estamos fortes.

#vidajusta #manif21outubro

[23-09-03] Protesto pela Floresta do Futuro @ Lisboa, Porto, Coimbra, Odemira, Figueira da Foz, Viseu, Oliveira do Hospital, Arganil, Sertã, Cartaxo, Proença-a-Nova, Vila Nova de Poiares, Braga

Protesto pela Floresta do Futuro

Lisboa, Porto, Coimbra, Odemira, Figueira da Foz, Viseu, Oliveira do Hospital, Arganil, Sertã, Cartaxo, Proença-a-Nova, Vila Nova de Poiares, Braga - Portugal (domingo, 3 setembro 00:00)
Protesto pela Floresta do Futuro

Protesto pela Floresta do Futuro

O que era esperado continua a acontecer. A destruição de áreas rurais, comunidades e territórios continua após décadas de avisos, de pareceres, de discussões, de traições e desprezo. O estado de degradação da floresta portuguesa continua a ser condição fundamental para a catástrofe: abandono, monoculturas industriais, espécies invasoras, degradação dos serviços de protecção e vigilância, desinvestimento no interior. Em cima disto, a seca engole o país devido à crise climática e o calor torna tudo mais frágil. Os incêndios que ocorreram este ano em Odemira, Proença-a-Nova, Monchique, Cadaval, entre outros, são a manifestação disto. Em ciclos cada vez mais curtos o nosso país está exposto a incêndios catastróficos que têm responsáveis.

Olhamos para o futuro e não podemos ignorar que o que está a acontecer é exactamente o que governos e celuloses impuseram: mais monoculturas, mais eucaliptos, mais incêndios, mais abandono, despovoamento, alterações climáticas, desertificação e perda de biodiversidade. Mais monoculturas de eucaliptos, invasoras e espécies de crescimento rápido com apetência pelo fogo substituem a floresta autóctone, acelerando este ciclo. E o clima muda, fica mais quente, mais seco, com secas, verões mais longos e menos dias de chuva. O deserto está a ganhar. Esse também é o plano dos governos e das celuloses. Não têm outro plano e rejeitam qualquer alternativa.

As medidas que não revertem este ciclo, aceleram-no. Precisamos de floresta como a primeira barreira contra a seca e desertificação. Para isso temos de mudar a paisagem. Não daqui a décadas, agora. Temos de responsabilizar as celuloses que nos trouxeram até aqui, a The Navigator Company e a Altri Florestal, e os governantes que lhes estenderam a passadeira - de todos os partidos. Não as travaram e entregaram-lhes o futuro do nosso país. Não podemos aceitar mais isto. As celuloses têm de pagar a destruição do passado e a atual.

Responsabilizamos também as empresas portuguesas que continuam a agravar a crise climática, como a Galp e a EDP, que planeiam continuar as suas atividades destruidoras e extrativistas durante décadas, lucrando como nunca e rejeitando os cortes de emissões necessários para travar o caos no clima. É urgente assegurar as necessidades das pessoas, o equilíbrio ambiental e a saúde pública e não os negócios de sempre. 

Precisamos menos ignições e menor área ardida. Isso significa ter um cadastro florestal total do território nacional, e o que está abandonado tem de ser assumido pelo Estado. A áreas abandonadas têm de ser geridas, não pelas estruturas caquéticas atuais, mas por uma instituição criada para o efeito. O rumo seguido durante décadas no mundo rural em Portugal foi feito em oposição aos pequenos proprietários e à diversificação rural, agrícola e florestal, mantendo propositadamente preços baixos e pobreza permanente. Uma floresta de futuro tem de ser construída com intervenção direta do estado, mas de um estado que rejeite ficar nas mãos de uma indústria devastadora para o país, como é a das celuloses.

Temos de deseucaliptizar Portugal. Precisamos de tirar 700 mil hectares de área de eucaliptal no país esta década - que corresponde fundamentalmente ao que tem sido abandonado - e transformar essas áreas em floresta e bosque resiliente que aguente o futuro mais quente e mais seco que a crise climática produziu. Temos fazer isto acontecer para travar o deserto.

No dia 3 de Setembro saímos à rua, em Lisboa, no Porto, em Coimbra, em Odemira, na Figueira da Foz, em Viseu, em Oliveira do Hospital, em Arganil, na Sertã, no Cartaxo, em Proença-a-Nova, em Vila Nova de Poiares, ... e em outros territórios porque as promessas e os remendos dos últimos anos nunca cortaram a lógica que nos trouxe até aqui e que nos levará, se não nos rebelarmos, a abdicar do território em que vivemos para que se torne uma zona incapaz de sustentar populações, incapaz de defender vidas. Saímos à rua por um futuro muito além da lógica redutora dos ciclos económicos e políticos. Basta.

[23-08-26] Marcha: VAMOS SALVAR OS SOBREIROS @ Parque Eduardo VII

Marcha: VAMOS SALVAR OS SOBREIROS

Parque Eduardo VII - Parque Eduardo VII (sábado, 26 agosto 12:00)
Marcha: VAMOS SALVAR OS SOBREIROS

SOS Ecocídio
VAMOS SALVAR OS SOBREIROS!

Manifestação 26 de Agosto - 12h - Lisboa!

Vamos realizar uma grande Manifestação para mostrar aos nossos governantes e à EDP que as leis são para serem cumpridas.

Em causa está o salvamento de um bosque de montado de sobreiros,  adultos, saudáveis, a extrair cortiça.

Estas árvores são espécies protegidas por lei e não podem ser abatidas, de acordo com a legislação vigente em Portugal.

No local está prevista a instalação de um parque eólico da EDP com o abate de mais de 2 mil sobreiros, espécie protegida por lei.

Dia 26 de Agosto às 12h, todos os caminhos vão dar a Lisboa, para a Marcha "VAMOS SALVAR OS SOBREIROS."

Saímos às 12h do alto do Parque Eduardo VII até ao Ministério do Ambiente em Lisboa e terminamos no Jardim do Príncipe Real.

Vamos caminhar, cantar, celebrar e levantar a voz e anunciar as novas acções de protesto.

O objectivo desta marcha é exigir aos governantes:

A revogação do despacho n.º 7879/2023 1 de Agosto 2023, que autoriza a EDP a abater mais 1800 sobreiros, para a construção de um Parque Eólico em Morgavel, Sines.

Contamos contigo para esta Manifestação em Lisboa!

Agradecemos que envies este cartaz e esta mensagem aos 4 ventos e para todos os teus contactos 🌬🌳💗🌳

Obrigada!

[23-09-30] CASAS PARA VIVER – Porto @ Praça da Batalha

CASAS PARA VIVER - Porto

Praça da Batalha - Praça da Batalha, Porto (sábado, 30 setembro 15:00)
CASAS PARA VIVER - Porto

CASAS PARA VIVER

Dia 30 de Setembro saímos à rua! 

 

   São tempos difíceis e de sufoco para a maioria das pessoas que vive em Portugal. No dia 1 de abril estivemos milhares nas ruas do Porto, e em mais seis cidades do país, mas o problema só se tem agravado e há cada vez mais pessoas sem acesso a uma habitação digna. O aumento drástico do custo de vida agrava a crise permanente em que vivemos. As rendas em Portugal aumentaram 49% nos últimos cinco anos. Os preços das casas subiram 35% em três anos. Os salários não acompanham este aumento absurdo e as casas públicas representam apenas 2% do total! Não temos onde viver condignamente, venderam as nossas cidades à especulação imobiliária. À custa da nossa miséria as empresas de sectores essenciais, apoiadas pelo Estado, especulam os preços e aumentam os seus lucros. 

   O problema da habitação não é novo. As políticas que o têm perpetuado e agudizado assentam na ideia de que o mercado funciona quando é pouco intervencionado. São anos e anos de desinvestimento público orientado por governos e instituições económicas, apoiados ao nível dos decisores europeus, que tratam a habitação como um negócio e não como um direito básico. Os programas e políticas desenhadas só têm feito aumentar os preços e diminuir a oferta, concentrando a propriedade e o rendimento nuns poucos. A habitação é, neste período, um dos maiores activos financeiros do mundo, muito pouco lembrado e garantido na sua função essencial: morar.

 

   Veja-se o mais recente pacote de medidas, o Mais Habitação, uma mão cheia de nada! Estas medidas não significam nenhum alívio para a classe trabalhadora, insistindo nos apoios à renda que mantém os lucros dos senhorios e as rendas altas. Insistindo na renda acessível, que poucos conseguem pagar, e que garante ainda mais lucro ao senhorio. Fingindo que querem limitar a especulação imobiliária, propõe um arrendamento coercivo que os municípios assumem que não vão aplicar, recuam na taxa extraordinária ao Alojamento Local e na eliminação dos Vistos Gold, garantem aos proprietários os seus lucros transferindo dinheiro público diretamente para os seus bolsos e isentando-os das suas obrigações fiscais. No final, continuamos sem ter casas dignas para viver e os senhorios continuam a encher os bolsos à custa do nosso trabalho!

   As rendas aumentam e não são compatíveis com os nossos salários e pensões. Os contratos são cada vez mais curtos, entre rendas, cauções e fiadores, que pagamos a muito custo por casas em cada vez piores condições. Não temos mais como pagar as prestações ao banco, não vemos fim para as dívidas. Somos despejados porque há quem consiga pagar mais ou porque abrir um alojamento local dá mais lucro. Os vizinhos vão-se embora um a um cada vez para mais longe da sua rede de apoio. Pessoas idosas têm de abandonar os lugares onde sempre viveram.

 

   Todos os dias somos obrigados a viajar maiores distâncias para chegar à escola e ao trabalho porque fomos expulsos das nossas cidades. As ilhas do Porto passam a ser um cenário para turista ou nómada digital ao mesmo tempo que ainda há pessoas sem casa de banho e novos inquilinos a pagar 500€ por uma casa de 20m2. A habitação pública é insuficiente, as listas de espera são cada vez mais longas, e os critérios para aceder são cada vez mais apertados. Não existe investimento público para dar uma resposta digna aos mais vulneráveis. 

Todos os dias pessoas são discriminadas no acesso ao mercado de arrendamento, seja pela sua identidade de género, orientação sexual, pela sua origem, etnia ou situação profissional.

Temos no país 723 mil alojamentos vazios e cada vez mais pessoas em situação de sem abrigo, cada vez mais pessoas a terem de se sujeitar a dupla ou tripla jornada de trabalho para pagar a renda, ou a ter de voltar com os filhos para as casas sobrelotadas dos pais. Mulheres, vítimas de violência doméstica, pessoas LGBTQIA+, sem alternativa a viver em situações de violência quotidiana dentro de casa. Imigrantes em casas sem condições onde correm perigo de morte.

   Jovens que têm de abandonar os estudos porque não há alojamento estudantil, pessoas com filhos que sem alternativa ocuparam casas e vivem sob o medo constante de despejo. As políticas estão direcionadas para garantir mais lucro, através dos vistos gold, dos benefícios fiscais a não residentes ou a nómadas digitais, e nós temos de escolher entre pagar a renda ou os medicamentos, entre aquecer a casa ou pôr comida na mesa. Não temos rendimentos para fazer face ao frio ou aos estragos provocados pela chuva. Tudo isto faz com que fiquemos doentes, física e psicologicamente, por não termos direito ao mais elementar: uma casa digna. 

 

   Dia 30 de setembro saímos à rua para demonstrar que não nos resignamos às migalhas que nos dão, lutamos por uma vida digna para todas as pessoas, queremos construir Poder Popular! Por isso, moradores, unidos, vamos lutar! 

 

Dia 30 de setembro,  às 15h, na Praça da Batalha, no Porto. 

Junta-te a todos os teus vizinhos na Manifestação!

[23-08-12] Cabaré Mond @ Zirkus Mond Lisboa

Cabaré Mond

Zirkus Mond Lisboa - Rua da Escola , Lote 310 2675-251 Odivelas Bairro Vale do Forno (sábado, 12 agosto 20:30)
Cabaré Mond

O Cabaré Zirkus Mond no próximo dia 12 de Agosto será um calor de espéctaculo, pelo juntos que estamos, pelo calor dos nossos espíritos e pelo brilho dos nossos artistas em palco.

Teremos uma seleção espetacular de artistas de circo, mais uma vez com palhaços, aéreos, malabaristas, contorcionismo e muito mais!

✨ Show: 21h00.

🎪 Entrada Livre - Doação livre a chapéu no fim do cabaré.

Cheguem mais cedo, iremos ter comida à venda para assistirem ao nosso cabaré, confortáveis e de barriga cheia.

❗️Entrada reservada a sócios. ✍🏼 podem se fazer sócios diretamente na bilheteira.

👩‍👧‍👦 Cartão de sócio 2023: 3

Um artwork brutal pela @tillyartist 🔥

Venham e multipliquem-se!

Até já!

[23-08-04] Concentração: Sem Papas na Língua @ Martim Moniz

Concentração: Sem Papas na Língua

Martim Moniz - Praça Martim Moniz (sexta-feira, 4 agosto 19:00)
Concentração: Sem Papas na Língua

CONCENTRAÇÃO SEM PAPAS NA LÍNGUA

DIA 4 DE AGOSTO - MARTIM MONIZ

Apesar do esforço de todos os espaços - políticos e mediáticos - para criar um discurso único sobre a recepção da Jornada Mundial da Juventude - como se fosse meramente uma celebração religiosa -, não esquecemos que o objetivo deste evento é político, e que é através da ocupação do espaço público que a igreja continua a reafirmar o seu domínio.

A igreja católica continua vinculada à construção de poder e, através da intrusão de valores e normas, continua a exercer um controlo social e cultural na nossa sociedade. Os dogmas da religião interferem na construção do poder popular e no poder de decisão das comunidades marginalizadas - ao quererem privar-nos da liberdade e autonomia dos nossos corpos.

Com a imposição das suas hierarquias exigem-nos submissão.

Mas nós não esquecemos - nós somos a insubmissão.

Não esquecemos o papel da igreja no aprisionamento de pessoas que, em conjunto com o Estado, criou um castigo aparentemente moral, afastando-se dos bárbaros e públicos castigos da época medieval e remetendo-os para o oculto - criando a prisão. Prisão essa que diz "corrigir" todo e qualquer comportamento que infrinja a ordem pública.

Não sabíamos nós é que essa "correção" significaria 60 mortos por ano nas prisões portuguesas e trabalho escravo com reclusos a receber 2 a 3€ por dia, ou cêntimos para construir os confessionários para as Jornadas.

[23-07-22] prisões: e se não existissem? – Vozes de Dentro @ Casa da Achada – Centro Mário Dionísio

prisões: e se não existissem? - Vozes de Dentro

Casa da Achada - Centro Mário Dionísio - Rua da Achada 11, R/C, 1100-004 Lisboa, Portugal (sábado, 22 julho 15:30)
prisões: e se não existissem? - Vozes de Dentro

Dia 22 de Julho o coletivo Vozes de Dentro volta à Casa da Achada. O evento contará com a mostra do documentário “Russa” que servirá de mote para uma conversa sobre o sistema prisional em Portugal e as várias formas de resistência e de apoio mútuo que o coletivo tem desenvolvido em conjunto com pessoas presas e as suas famílias. Teremos petiscos e refrescos, apareçam!

https://www.instagram.com/p/CurwqRCMTAp/?igshid=MTc4MmM1YmI2Ng==

[23-08-16] Humanifest 2023 @ Praia Fluvial do Ourondo

Humanifest 2023

Praia Fluvial do Ourondo - Covilhã, Fundão (quarta-feira, 16 agosto 16:00)
Humanifest 2023

O Humanifest é um festival comunitário por uma vida mais vibrante e um mundo mais consciente.

Durante cinco dias, na Praia Fluvial do Ourondo, junto à Ribeira do Caia, vamos experimentar o mundo em que queremos viver.

Vamos desfazer muros e descobrir pontes entre desenvolvimento pessoal, ativismo, ecologia e artes.

Vamos criar um espaço-tempo onde somos convidadas a manifestar quem somos, com toda a nossa vulnerabilidade e todo o nosso poder, a defender a Vida e a celebrá-la em toda a sua beleza.

[23-08-10] Acampada Em Defesa do Barroso @ Covas do Barroso

Acampada Em Defesa do Barroso

Covas do Barroso - Barroso, Trás-os-Montes (quinta-feira, 10 agosto 10:00)
Acampada Em Defesa do Barroso

https://barrososemminas.org

Soam as enxadas da resistência. O Barroso está de pé, em luta! 

Vimos convidar-vos para a terceira edição do Acampamento em Defesa do Barroso. 

Desde o verão passado, a resistência contra os planos de mineração manteve-se ativa: muitas lutas se levantaram e muitas alianças se teceram. Este verão, queremos voltar a unir forças e a partilhar estratégias de resistência aos interesses económicos e políticos que pretendem destruir as montanhas pela promessa de lucro fácil.  

Entre os dias 10 e 15 de Agosto de 2023, as portas da Quinta do Cruzeiro voltam a abrir-se. Como as águas que fluem nos canais, este ano também queremos inundar as ruas das aldeias com a nossa alegria, energia e vivacidade. Serão cinco dias de partilha com as serras, as águas, os montes e com a vida que queremos proteger.

No Barroso, há cinco anos que lutamos contra a maior mina de lítio a céu aberto da Europa. Este ano, o governo aprovou o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) deste projeto mineiro. Embora esta decisão represente um passo burocrático importante para a empresa, esta continua sem ter direito de acesso aos terrenos nem legitimidade social para avançar com o projeto. Nós, os e as guardiãs do território, não aceitaremos que os de lá de cima venham ditar as suas regras injustas. Agora é o momento de nos unirmos para travar este ecocídio, que representa um ataque ao modo de vida rural.

O governo aprovou o EIA (Estudo de Impacte Ambiental), apesar de reconhecer impactos negativos significativos para as populações, a biodiversidade das serras e a qualidade das águas. Fê-lo, impondo uma narrativa sobre a inevitabilidade da extração do lítio. Esta narrativa — que pinta a mineração de verde e apresenta-a como solução única para a descarbonização — é uma narrativa falaciosa. Na realidade, aquilo que a União Europeia e os governos querem fazer — primeiro no Barroso, e depois em muitos outros territórios — é assegurar uma descarbonização que não ponha em risco os interesses da indústria automóvel e não coloque em causa o crescimento económico infinito. A promessa de lucro para alguns, e de cidades menos carbonizadas, esconde o sacrifício de territórios inteiros e a continuação da violência associada a uma política de mobilidade assente no transporte individual. 

No Barroso, ninguém nos obriga a dizer que o cinzento é verde, que as minas são sustentáveis, ou que as empresas de mineração são os anjos do desenvolvimento. Ninguém nos obriga a entregar as serras, os rios, e a história de que somos guardiãs. É aqui, onde querem destruir o mundo verde do Barroso para salvar o mundo do crescimento infinito, que queremos confrontar e desconstruir a ideia de que a transição energética tem de passar pelo extrativismo desenfreado, pela transformação da rede da vida em recursos a esgotar, pela despossessão dos territórios rurais e pela procura incessante de lucros. 

Aqueles que querem que o projeto avance tratam de convencer-nos que esta decisão do governo de aprovar o Estudo de Impacto ambiental marca o fim de uma luta. Mas nós sabemos que a guerra começa agora. 

O Barroso não se calará perante a violência extrativista e as gentes barrosãs não aceitarão a licitação dos seus territórios às mineradoras. O Barroso é — e será — a linha da frente onde travaremos a destruição da vida em nome da sede de lucro.

Esta luta local é um eco da resistência global. Se, perante os “objetivos estratégicos europeus”, conseguirmos travar aquela que seria a maior mina de lítio da Europa, abriremos precedentes de luta decisivos para o futuro. Sabemos disto, da mesma forma que as multinacionais e os governos o sabem. É por isso que esta luta é tão central. E é por isso que lutamos.

No Acampamento, teremos não só atividades para informar e sensibilizar, mas também para fortalecer a nossa rede de resistência. Queremos muito contar-vos a nossa história, apresentar-vos as nossas gentes e mostrar-vos o imenso património histórico e natural que herdámos — e que lutamos para proteger.

Sentimos um grito de revolta a pairar no território: o nosso e o vosso. A hora de lutar é agora. Como canta o nosso apicultor, Junta-te à luta, vamos vencer. Esta é a hora, não há tempo a perder!

Sim à VIDA. Não às MINAS.